sexta-feira, 8 de fevereiro de 2013

Excitações de Coutinho



Tenho tido algumas saudades de ler o “Ciberescritas” da Isabel Coutinho. Já não o faço há muito tempo. Nem sei se a coluna e o blog ainda existem desde que a Coutinho foi promovida. E no-entanto-porém, aqueles pedaços de verdadeira lírica tecno-erótica eram as minhas Sombras de Grey avant la lettre. A forma como se conseguia transmitir ao leitor coisas tão avassaladoras como as reacções que se geram no nosso corpo ao desempacotar a embalagem de um e-reader vai ficar gravada na minha memória para sempre. Sensual, astuta, marota, Coutinho foi desenvolvendo um particular e inovador estilo de escrita que só mais tarde, como acontece sempre no nosso país, será reconhecido. Uma escrita orgiástica que, piscando o olho aos primeiros rituais dionisíacos, mistura os elementos da tradição com o overlapping de gadgets e dá forma a uma sofisticada intimidade (quase) juvenil. É, sem sombra de dúvida, disto de que se fala quando se fala de inovação. 

1 comentário:

  1. Há muito tempo que não lês a Coutinho, de facto. Caso contrário, saberias que se escreve gadgets.

    Mas calma. Mais tarde o teu particular e inovador estilo de escrita será reconhecido mais tarde.

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