Tenho
tido algumas saudades de ler o “Ciberescritas” da Isabel Coutinho. Já não o
faço há muito tempo. Nem sei se a coluna e o blog ainda existem desde que a Coutinho
foi promovida. E no-entanto-porém, aqueles pedaços de verdadeira lírica
tecno-erótica eram as minhas Sombras de
Grey avant la lettre. A forma
como se conseguia transmitir ao leitor coisas tão avassaladoras como as
reacções que se geram no nosso corpo ao desempacotar a embalagem de um e-reader
vai ficar gravada na minha memória para sempre. Sensual, astuta, marota,
Coutinho foi desenvolvendo um particular e inovador estilo de escrita que só
mais tarde, como acontece sempre no nosso país, será reconhecido. Uma escrita
orgiástica que, piscando o olho aos primeiros rituais dionisíacos, mistura os
elementos da tradição com o overlapping
de gadgets e dá forma a uma
sofisticada intimidade (quase) juvenil. É, sem sombra de dúvida, disto de que
se fala quando se fala de inovação.
Há muito tempo que não lês a Coutinho, de facto. Caso contrário, saberias que se escreve gadgets.
ResponderEliminarMas calma. Mais tarde o teu particular e inovador estilo de escrita será reconhecido mais tarde.