(É preciso notar que não existe nenhum
erro de concordância no título)
Tanta, tanta coisa dita e escrita sobre alguns lusoescritores supostamente ainda "novos" (quase todos boas pessoas, asseguram-me, e eu confio), verdadeiros operários de uma novilíngua, tanto os vilipendiaram com
textos e entrevistas e poemas, que nos vieram assim iluminar sobre aquilo que são, na
realidade, estes proto-homens das palavras: paupérrimos escritores rendidos, não ao
discreto charme da burguesia, mas ao económico perfume do estrelato. E aí, já
sabemos, vai ter de haver sangue. Para melhor se compreender isto, é essencial
ler este texto do Paulo Franchetti. Está também escrito
noutra língua, dizem os especialistas que é “brasileiro”, mas dá para perceber.
Bom, amigos meus, o que eu queria dizer, todavia, era outra coisa: deixemos de
ser injustos e demasiado exigentes para com o Mãe, o Peixoto e outros que tais da mesma nova-velha guarda. É que já aí vem
outra vaga de novos-velhos-novíssimos. Vejam, por exemplo, este jovem do vídeo apenso (e, mais uma vez, faço a
ressalva: garantem-me que é boa pessoa, e eu confio). Se houvesse, como pelos
vistos já houve para o bacalhau com natas, para as ondas da Nazaré e para
outras coisas realmente importantes da vida, a possibilidade de concorrer ao
record do guinness, neste caso na categoria de "maior número de clichés seguidos por minuto",
estaríamos aqui, quem sabe, perante um projecto capaz de rivalizar com os cifrões do Prémio
Leya. O vídeo, como poderão ver, decorre calmo, em dois ou três planos fechados,
plácido, familiar. E depois aquelas palavras. Aquele "testemunho".
Talvez aqui, e só agora, tenha percebido finalmente o que é isso do
pós-modernismo.
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